sábado, 13 de junho de 2009


Novamente vejo que estou criando. Ou prevendo, não sei. Tantos gerúndios. Infelizmente eu preciso pensar no pior para que assim não sofra demais. Prefiro acreditar que a minha intuição está certa. Consegui "descobrir" a tempo.


Não existem donos da verdade. Ela é mutável e só podemos enxergá-la abrindo bem os olhos e cada um tem os seus. Muitas vezes eu pensei sobre isso e achei que era somente o medo de me relacionar gritando a plenos pulmões. Era? Ou existem anjos da guarda que nos falam no ouvidos coisas que não podemos ver? Desde que achei que muitos dos meus problemas decorrem da minha falta de esperança que me tornei mais espiritualista. Continuo sentindo tudo, mas presto mais atenção nos acasos. Momentos. É aquela música que toca quando você está precisando dela naquela hora e que perde todo sentido se ouvida minutos depois. É o arranjo do destino que faz você estar naquela hora e naquele lugar. Aprender a todo momento. Machucar-se a todo momento. Mudar a cada momento. São essas mexidas nas peças que Alguém nos dá que pode fazer que sejamos pessoas melhores ou piores, depende da intensidade e do valor que damos a elas.


Muitas vezes pedi a ignorância. Desconhecer pode ser uma excelente defesa. Enganar a si mesmo e viver uma ilusão me parece tão mais bonito. Mas eu preciso das certezas, dos nomes, das doses. Eu preciso mais que viver, preciso entender o sentido das coisas ou dar algum sentido a elas. Gosto de perguntas. Gosto de viver uma infinidade de respostas e das certezas que elas podem me trazer. Conto mentiras que somente eu me prejudico, mas é meu "eu" criativo tentando ser organizado, colocando pequenos bibelôs na estante que de tão pequenos só o dono os vê. Mentiras grandes são para psicopatas que desejam a todo custo viver outras vidas ou para escritores, que são muito mais elegantes e nos contam histórias que até mesmo nós gostaríamos de tê-las inventado.


Fui enganada. Não tenho provas . Poderia estar tão errada? Poderia ter me envolvido mais se não fossem essas cicatrizes? Poderia. Mas as lambo diariamente como proteção e mesmo com o gosto do medo, elas me parecem melhores pois já me são conhecidas. Não quero mais tombos. Estou na chuva de guarda chuva. Pareço uma formiga de cabelos molhados, não mereço nesse momento molhar meu rosto.


Se ainda quero explicações? Quero olhares de surpresa ou de certezas. Preciso saber se fui tão longe quanto eu podia/queria ir. Só ainda me pergunto se prefiro ter razão a ser feliz.

sábado, 16 de maio de 2009


Fiquei bastante surpresa comigo. Quis por vários momentos achar que não era possível. Mas aconteceu.


Ultimamente ando aos extremos, não sabia que essa distância era tão longa. O bom que existem os dias ensolarados que tentam a todo custo afastar a lembrança dos nublados. Coleciono fobias e toques. Até o teclado me irrita, mas também me aborrece a idéia de não continuar. Não tive um insight, apenas quis conversar. Uma vez achei que me entendia somente em palavras escritas. E descubro que só sei ler, pois outras conjugações são demais próximas para a minha claustrofobia.


Uma calma com um suspiro ansioso em seguida. E na foto em pose angelical percebi que nunca mais teria esse brilho. Não sinto saudades dela. Tantas dúvidas! E não me lembro se era feliz. Parece satisfeita, mas não feliz. E de qualquer forma não tinha a menor importância isso.


O extraordinário do óbvio. Quem veio primeiro? Eu já deveria ter ao menos uma noção da resposta. ( terei?) Mas o sol sempre me parece diferente de manhã, com congestionamento ( ou não) , mesma vista ( ou não) eu levanto sabendo que não sou a mesma. E com todos esses amanheceres diferentes eu suporto ainda a vontade de tentar. Já quase a perdi numa tarde de outono. Não me reconheço ( óbvio?) Presa ao passado sacudo as folhas manchadas ainda na esperança do amanhã. Pensando que o extraordinário está ao alcance do meu empenho.